domingo, 12 de setembro de 2010

Histórias de Itapuã




HISTÓRIA E CURIOSIDADES

Em Tupi Guarani, Itapoã quer dizer "pedra que ronca".

No início da década de 50, Itapoã era apenas uma colônia de pescadores em uma região afastada do centro de Salvador.
Originalmente um povoado de pescadores, onde foi erguida a igreja de Nossa Senhora da Conceição que, no sincretismo religioso, equivale a Iemanjá - objeto de culto e de festa que, originalmente, contava apenas com membros da comunidade local.
Na estrada que conduzia ao bairro, por volta dos anos 50, foi instalado um posto de combustível, em que o dono erguera uma placa com o nome Ford estampado. Hoje, Placafor - ou Placaford - é o marco do limite inicial do bairro.

A Colônia Z-6 tem 2.800 pescadores cadastrados.

21 quilômetros que separam Itapoã do centro de Salvador.

Lá também fica a Capela de São Francisco, uma das mais antigas construções da Bahia, erguida por ordem de Francisco Dias D'Avila, Senhor da Torre, para abrigar a imagem de Santo Antônio Argoin. A praça mais famosa chama-se Dorival Caymmi, também nome de uma das principais avenidas. Um outro point famoso fica no Largo de Itapoã: a barraca de Cira, famosa baiana de acarajé, atrai muitos turistas, artistas, políticos e gente da terra.

A lagoa de água escura cercada de dunas de areia branca, imortalizada pelas canções de Dorival Caymmi, é a grande atração de Itapoã. Um dos mais conhecidos cartões-postais da cidade, a Lagoa do Abaeté resulta do represamento de antigos rios que corriam na região e do acúmulo de água de chuva. Uma curiosidade é que a água tem temperatura diferente em vários trechos, resultante de correntes que não se misturam. A profundidade chega aos cinco metros, e a coloração escura é determinada pelos minerais e microorganismos presentes em toda a extensão da lagoa.

O Parque do Abaeté ocupa uma área de 400 hectares, e desde que foi criado, em 1993, passou a ser um importante pólo de lazer ecológico de Salvador.

O próprio nome Malê Debalê é uma referência à Revolta dos Malês, manifestação em prol da liberdade que aconteceu na Bahia escravocrata do início do século XIX. O levante dos Malês aconteceu na madrugada de 25 de janeiro de 1835, e só acabou depois de muitas horas de luta pelas ruas do centro de Salvador.

AS LAVADEIRAS DE ITAPUÃ

Cedo, elas começam a trabalhar. Arrumam a trouxa de roupa na cabeça e se dirigem à Lagoa do Abaeté, assim como suas mães faziam. São mulheres na grande maioria negras que se iniciaram na profissão ainda criança. Algumas lavadeiras de Itapuã lavam roupa para manter a tradição familiar e outras fazem disto também uma profissão. São mulheres nascidas e criadas no Abaeté que passaram a infância nos arredores da Lagoa e que respeitam o local porque o consideram um lugar sagrado e religioso.
Hoje elas não utilizam mais a água da Lagoa, lavando suas roupas em local e horário determinado. Em 1993, foi construído o Parque Metropolitano do Abaeté e, junto com ele, foi entregue à comunidade de Itapuã um espaço, denominado de Casa das Lavadeiras, com tanques para que as mulheres pudessem continuar a lavar roupa. A iniciativa visava a proteção ambiental, já que as roupas eram lavadas na Lagoa com produtos químicos.
Mulheres pobres e semi-analfabetas, as antigas lavadeiras não tinham consciência que o uso de produtos químicos prejudicava a Lagoa. Como não havia água encanada em Itapuã, não só roupas eram lavadas na Lagoa. As mulheres também lavavam tapetes e pratos, como afirmou Elisângela Barreto, 21 anos. Elisângela começou a lavar roupa com seis anos de idade e disse que gostava mais quando podia utilizar a água da Lagoa porque agora elas só podem lavar roupas na Casa das Lavadeiras.
As lavadeiras deixaram de usar a Lagoa como tanque, mas mesmo assim, os problemas ambientais não desapareceram. Maria Clara da Silva, 39 anos, descendente de lavadeiras com 34 anos de profissão, confirma que todas as roupas eram lavadas na Lagoa, mas acredita que “graças a Deus e aos orixás, naquela época nunca se viu o Abaeté secando como agora, depois que deixamos de usar a água da Lagoa”.
Uma das contribuições do espaço da Casa das Lavadeiras é que as mulheres não precisam mais se expor ao sol e a chuva. “Prefiro lavar roupa aqui porque aqui não tem sol”, afirmou Rita de Cássia, 32 anos, que lava roupa desde os 13 anos e é filha de lavadeira. Luiza dos Santos, 38 anos, 14 anos lavando roupa, também prefere o espaço pelo mesmo motivo.
As lavadeiras além de lavar as roupas de casa, lavam “para fora” e cobram em média R$20 pela “trouxa” de roupas. Solange Alves Miranda, 34 anos, é lavadeira há aproximadamente 10 anos e lava roupas de casa e de pessoas que contratam seus serviços. Mas também existem mulheres como Zildélia Conceição, 46 anos, que lava roupa há 36 anos e que não trabalha mais para fora, apenas lava as roupas dela e dos filhos.

LENDAS

Uma lenda que é muito comentada pela comunidade circunvizinha. Segundo os moradores, homens casados não podem rondar as águas da lagoa sozinhos, pois, a qualquer momento, eles podem ser atraídos pela sereia. “Essa história é antiga e muita gente acredita”, diz o comerciante Antônio Carlos, 35, proprietário de um bar próximo a lagoa. É fácil constatar o quanto esses mitos exercem uma influência na vida dos moradores, abastecendo a imaginação de cada um.
Como acontece com algumas localidades antigas, a Lagoa do Abaeté mantém suas lendas e contos folclóricos longe de serem esquecidos. Moradores compartilham histórias que, segundo estudiosos, remontam aos primeiros habitantes da lagoa, os índios. São inúmeros os mitos, mas alguns relatos ganham destaque devido ao grau de curiosidade que despertam nas pessoas. Para resguardar as lendas, existe no Abaeté um projeto chamado Nativo. Uma organização sem fins lucrativos, composta por moradores das proximidades.
Dizem também que se pararmos para escutar , em uma noite de silencia perto de uma pedra dentro do mar é capaz de ouvir uma pedra roncar , se é verdade ou não , não sabemos , mas qual seria sua reação ao ouvir uma pedra roncando ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário